domingo, 18 de maio de 2008

Meu nome é Johnny

Na sexta-feira, foram julgados setes pessoas de classe média lá no Fórum. Eles foram pegos num ônibus que ia de BH para a Bahia, para uma festa chamada Universo Paralelo. Os caras estavam com doce, LSD, maconha, haxixe e pó.

A primeira coisa que causou estranhesa em todos foi o extrato social a qual os acusados pertenciam. Tudo classe média, média alta. Destoa da maioria das pessoas julgadas ali no segundo andar do Fórum, nas três varas de tóxico.

Outra coisa interessante é a briga no corredor para que a imprensa não fizesse imagens dos meninos. Com direito a tapa nas câmeras e empurrões. Engraçado, quando é pobre, fotografa-se à vontade...

Depois, como ficou até comprovado na sentença, muitos eram mesmo usuários. E todos, na hora H, do flagrante - que dizem ter sido denunciado - foram para a cadeia e ficaram. Estavam errados? Sim! Mas justifica manter os usuários no CERESP esse tempo todo?

Mesmo o que foi condenado por tráfico. Se estava levando esse tanto de coisa para vender, é por que nessas festas tem procura. E isso é fato; é só ir numa rave que vamos ver uma grande maioria tomando dosagens pequenas, outros mais exagerados.

As festas eletrônicas estão profundamente ligadas às drogas sintéticas, isso não novidade do Brasil; importamos, também, esse tipo de festa. Estamos defronte um dilema. Acredito que não só o Brasil, mas todo o mundo. O que fazer com esses usuários?

Complicado!

Mas interessante também é o rito dos crime de tóxico. Uma sentada. O juiz ouve os caras, as testemunhas, os advogados fazem as alegações, o MP fala e sai a sentença. Horas de trabalho. Todos sentados numa sala apertada, num clima de tensão de impressionar.

Assisti a uma cena à la "Meu nome não e Johnny". O juiz pediu ao rapaz para contar a história. "Estou no fundo poço", disse. Assumiu a droga, não entregou ninguem e disse que era, sim, para venda na tal festa. Choca, só estando no mesmo local, o cinema não passa tudo.


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